Pectus Excavatum é uma deformidade da parede torácica caracterizada por depressão do esterno normalmente iniciando-se na sua porção central e se estendendo-se até sua parte mais inferior, o apêndice xifóide. Corresponde a 90% das deformidades da parede torácica anterior, ocorrendo em cerca de 1 para cada 700 nascidos vivos. Costuma ser bem mais frequente em homens que mulheres e pode vir inclusive associado a algumas alterações genéticas, musculares e neurológicas.
O aumento na prevalência de pectus excavatum em doenças do tecido conectivo sugere a possibilidade que a causa da má formação está no desenvolvimento anormal da cartilagem costal, apesar de outras hipóteses também serem aceitas. Sabe-se que algumas alterações genéticas que causam outras doenças também podem estar associadas ao pectus excavatum, apesar de nada ainda estar completamente esclarecido.
Cerca de um terço dos casos se apresentam na infância. Alguns poucos casos de regressão espontânea na infância foram descritos, porém bastante raros e não deve ser esperado melhoras após 6 anos de idade. Após os 12 anos, Durante o crescimento da adolescência, espera-se inclusive acentuação do pectus em um terço dos casos. Apesar disso, nenhuma debilidade na função do corpo nem nenhum caso de morte sequer já foram descritos e atribuídos a esta doença.
Preocupações acerca da aparência física são comuns em pacientes e precisam da atenção médica. Mulheres parecem se preocupar mais com a aparência física e não qualquer correlação entre o grau de severidade do pectus e o quanto ele interfere no seu bem-estar físico e psicossocial. Nos casos leves, normalmente predomina as preocupações quanto a aparência física, enquanto nos casos moderados a graves, a deformidade pode levar a distorções anatômicas do mediastino (região central do tórax onde ficam órgãos importantes), ocasionando sintomas como cansaço, taquicardia, desmaios, etc.
Após avaliação médica, normalmente sugerimos correção cirúrgica nos casos em que há grande impacto na qualidade de vida, alterações do ponto de vista cardiovascular, e compressão de estruturas internas. A idade ideal para propor tratamento é até o fim da adolescência, apesar de adultos também poderem ser submetidos a correção.
Utilizamos atualmente técnicas de correção cirúrgica consagradas e minimamente invasiva, permitido excelentes resultados estéticos e funcionais. A técnica de Ravitch consiste na retirada das cartilagens costais, na fratura do esterno e reposicionamento do mesmo. Já a técnica minimamente invasiva, conhecida como procedimento de Nuss, consiste na colocação de barra de titânio abaixo do defeito utilizando videotoracoscopia (pequenas incisões no tórax e a utilização de câmera). Esta barra é retirada após 2 ou 3 anos. Ambas as técnicas possuem excelentes resultados.